sexta-feira, 13 de setembro de 2013





PECHA KUCHA - RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA ( Por Paula Nader*)




Outro dia fui convidada a realizar uma apresentação ao time de recursos humanos do banco sobre o tema cliente. Até aí, tudo bem. A novidade é que eu deveria fazê-la utilizando um método chamado Pecha Kucha.

Apelei para São Google e descobri que o tal método havia sido criado por dois arquitetos japoneses que, cansados das intermináveis, confusas e chatíssimas apresentações tradicionais, propuseram-se a falar de todo e qualquer assunto em 20 slides. Nem mais, nem menos.

Porém não é só isso: os 20 slides devem ser exibidos em 20 segundos cada. Nem mais, nem menos.

A primeira vantagem do Pecha Kucha é que qualquer exposição dura exatos seis minutos e 40 segundos, o que permite aos organizadores montar uma agenda que abrigue mais speakers do que o normal e, portanto, que mais temas sejam cobertos, ou que mais perspectivas sobre um mesmo tema sejam mostradas.

Para o apresentador, alguns desafios se impõem. Primeiro, ter uma história central com começo, meio e fim muito bem definidos. Depois, pensar em 20 ideias que, encadeadas, nos ajudem a contar essa história de forma compreensível.

Isso feito, vamos montar os slides! Constata-se na prática o que já estamos cansados de saber: uma imagem fala mais que mil palavras.

Assim, você se vê entrando no incrível mundo do Creative Commons (e nos cafundós dos seus arquivos pessoais e dos arquivos dos amigos que pensam mais ou menos como você) buscando fotos, ilustrações, gráficos e pequenas frases que melhor traduzam o ponto que você quer fazer em cada um dos 20 slides.

Algumas horas depois, os quadros estão prontos e você, morto de cansado, descobre que a transição entre slides será automática e que você terá de treinar, treinar e treinar para garantir que a história que você inventou saia naturalmente, e que sua fala acompanhe o fluxo dos slides. Seu corpo, sua cabeça e seu coração devem estar sintonizados na mesma frequência.

É aí que aparece a segunda vantagem do  Pecha Kucha: as chances de fazer uma intervenção relevante aumentam bastante porque o método exige que você se prepare muito bem para a apresentação, chegando a um nível de presença e concentração que só agregam clareza e precisão às suas ideias. Nada de raciocínios circulares, inconclusivos, confusos. Nada de falar ligado no automático.

Porém a vantagem mais importante é a terceira: se você seguir o processo direitinho, se surpreenderá com uma audiência atenta, entretida e animada por ter acesso a conteúdos interessantes apresentados de forma dinâmica e, literalmente, bem pensada. Uma audiência que reconhece que você se preparou para estar lá e retribui com foco total em você e na sua história. Sem bocejos. Sem cochiladas. Sem chamadas telefônicas, whatsapps ou escapadas na web, porque, afinal, essas coisas podem esperar seis minutos e 40 segundos.

Alguns podem estar pensando que é impossível abordar uma ideia com profundidade seguindo esse caminho. Mas, se você consegue fazer maravilhas em um filme de 30 segundos, imagine o que pode fazer com 400!

A verdade é que o tal Pecha Kucha foi uma das melhores surpresas que eu tive ultimamente. Mais do que isso, a experiência transformou definitivamente a minha forma de desenvolver as apresentações que faço todos os dias.

Por que você não tenta? Mais respeito às suas ideias. Mais respeito ao tempo que o outro te dedica. Eu achei sensacional.

 20/07/2013.
(*) PAULA NADER é diretora de marca e marketing do Santander. Este artigo está publicado na edição 1567 do Meio & Mensagem, de 08 de julho, nas versões impressa e para tablets, exclusivamente para assinantes.



ASSISTAM O VÍDEO, ABAIXO:








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